Tempos difíceis de viver

09/01/2020

09:18:33 AM

Palavra pastoral

TÍTULO: Tempos difíceis de viver

TEXTO: II Timóteo 3:1-5

INTRODUÇÃO: Sabe meus amados! Ultimamente nada mais tem me surpreendido, principalmente falando nos últimos acontecimentos, pandemia, pai matando filho e vice e versa, esposa sendo acusada de ter mandado assassinar o esposo em conluio com os filhos adotivos; mulher arrancando bebê da barriga da mãe, furacão, terremoto na Bahia 4,6º, pedofilia, corrupção em todos os lugares, política, religião, etc. Difícil não prestar atenção em tudo isso e termos ciência de que realmente estamos vivendo tempos difíceis e nos fins dos tempos. Visualizou o Céu hoje? Não? Este texto que lemos fala dos últimos tempos. Paulo exorta a Timóteo a continuar no Evangelho em vista do grande aumento do mal e dos dias difíceis. Vivemos os últimos dias, o momento desde a primeira aparição de Cristo até a sua segunda vinda. Infelizmente muitas pessoas estão sendo caracterizadas por falsos profetas e mestres com todo tipo de perversão egoísta e artificial. Algumas conservando um fingimento externo, usando de fato o vocabulário do Cristianismo, mas se recusando a viver a realidade que a fé cristã expressa. A eficácia que eles negam é o âmago do Cristianismo pelo fato de um Redentor ressuscitado, a verdade da palavra inspirada pelo Espírito Santo, operando junto aos crentes a transformação de suas vidas. Na verdade hoje, é triste dizer, mas estamos cheios de falsos profetas e mestres onde vivem pregando um Cristo terreno.

TRANSIÇÃO: Queremos falar nessa noite sobre os tempos difíceis que estamos vivendo e os cuidados que temos que ter em não nos contaminarmos com as facilidades que aparecem. A orientação de Paulo a Timóteo tem que servir para nós como sinal de alerta e mesmo em meio às dificuldades não vamos abandonar o Evangelho como muitos tem feito.

A humanidade está vivendo um tempo muito difícil e os cristãos não estão isentos disso, estamos vivendo tempos muito difíceis. Há um descontentamento generalizado. Muitos estão descontentes com seu emprego, com o seu trabalho, com a Igreja, com seus bens e até com a própria vida que leva; decepções, desconforto, desencorajamento, desespero, depressão, suicídios, divórcios, discórdias, desdém, desgostos, dissensões e desobediência são bastante comuns entre os que foram chamados para dar testemunho da glória de Deus e para refletir a imagem de Cristo. É fato! Muitos cristãos têm buscado conselheiros profissionais e psicólogos para ajudá-los a resolver os problemas da vida, mas esses problemas parecem estar aumentando.

Os "consumidores" cristãos carregados de problemas também podem escolher entre uma grande quantidade de produtos: livros, conferências e grupos de auto-ajuda, mesmo com tudo isso, os problemas continuam se multiplicando. Quanto mais se trata dos problemas, mais as pessoas se tornam centradas neles. Até aqueles que tentam resolver os problemas da vida com princípios bíblicos, muitas vezes acabam se envolvendo tanto nesses problemas que não conseguem alcançar a solução e a raiz da dificuldade real. O tratamento dos problemas frequentemente alcança somente os sintomas superficiais, apenas substituindo-os por outros sintomas. Alguns cristãos vivem de crise em crise. Outros carregam um peso que parece ficar mais e mais pesado com o passar dos anos. Nunca houve tantos livros disponíveis para os cristãos na sua busca da família perfeita, do casamento perfeito e da vida perfeita. Não obstante, muitos cristãos falham em refletir a imagem de Cristo em sua família, no seu casamento e de testemunho de sua própria vida. Será que as dificuldades que os cristãos enfrentam estão relacionadas com o fato de eles estarem vivendo naqueles tempos difíceis sobre os quais Paulo alertou a Timóteo no texto que lemos? "Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas..." (II Tm 3:1-2).  Tempos difíceis, sim! Estamos vivendo tempos difíceis. Como disse o texto, o egoísmo está cada vez mais explícito. Muitos estão perecendo por causa do amor. Só que não é o amor dispensado a Deus e aos outros, mas um amor egoísta, do amor a si próprio. As pessoas hoje estão sendo ensinadas pelos especialistas modernos em psicologia que devem amar a si mesmas. Elas ouvem que, a menos que se amassem elas não poderiam amar aos outros. Pregadores, redes sociais e outras pessoas bem intencionadas fazem ecoar as palavras: "você precisa se amar". Conselheiros e televangelistas insistiram: "Ame-se! Goste de si mesmo! Honre-se! Você merece!" Cada vez mais essas tentações de autocomiseração ou exaltação do ego são sutil e facilmente aceitas pelas pessoas, pois o coração é enganoso (Jr 17:9) “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”. Queridos! Observem a exortação de Paulo sobre o que procede de pessoas que são "amantes de si mesmas". São "egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (II Tm 3:2-4). Os homens são infelizes e sofrem com os problemas da vida porque se tornaram "amantes de si mesmos" e "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus". Se esquecem do Céu.

A inclinação pecaminosa do ser humano é amar a si mesmo mais do que a Deus e às outras pessoas. O egoísmo se agarra à natureza humana e produz inveja, luxúria, orgulho, arrogância, desrespeito por Deus, desobediência aos pais, falta de gratidão, engano, provocando tanto a paixão pelos seus próprios caminhos quanto a contenda por causa deles. Leva também a falsas acusações, que são até certo ponto exageradas, já que as pessoas têm sido encorajadas a culpar tudo e a todos pelos seus fracassos. Culpam seus pais pela vida que levam; culpam as circunstâncias, pelo que estão vivendo no momento e colocam a culpa em qualquer outra coisa, menos em si mesmas, pela sua condição de vida e pelo que se apresentam a si diante aos seus familiares e às pessoas. É momento de parar, refletir e deixar de colocar a culpa nos outros e assumir suas culpas e seus defeitos. Sem falar que as pessoas "amantes de si mesmas" revela que isso está em profunda contradição com o Grande Mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22:36-39). Enquanto que os propagadores do amor a si próprio tentam ler um terceiro mandamento (ame-se a si mesmo) nessa passagem das Escrituras, Jesus deixou claro que estava falando apenas desses dois mandamentos, pois disse: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22:40). Não há nas Escrituras um mandamento para amar a si mesmo. Para pensarmos! Nesses tempos difíceis que estamos vivendo a pergunta é: Que tipo de conhecimento e crescimento pessoal está buscando? O crescimento pessoal que vai aumentar sua auto-estima, ou o crescimento pessoal que envolve negar a si mesmo e tomar cada dia a sua cruz? O crescimento pessoal que vai confirmar o valor de seus próprios egos, ou o que as tornará semelhantes à imagem de Cristo? É bom frisar que: Ambas as formas de crescimento, tanto a que se inclina para o amor a si mesmo quanto a que se inclina para amar a Deus, têm um custo elevado. Amar a si mesmo mais do que amar a Deus leva a uma perda chegando à morte espiritual, mas amar a Deus com todo o seu ser leva a negar o "eu" e faz com que o efeito mortal da cruz se faça sentir contra o velho homem aquele "eu" ao quais muitos de nós ainda estamos agarrados e amamos, mas que deve e tem que estar morto (Rm 6:6) “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais o pecado”. O velho homem foi crucificado com Cristo. Por toda a caminhada cristã há o despojar-se dos velhos caminhos do velho homem com suas paixões enganosas e o revestir-se do novo homem, "Criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade" (Ef 4:24). Essa é a caminhada diária do cristão. Despojar-se do velho homem é o equivalente a negar a si mesmo, e revestir-se do novo homem envolve tomar sua cruz e seguir a Cristo. Se bem que muitos cristãos podem concordar em princípio, quantos estão fazendo isso diariamente, momentos após momentos.

Quantos de nós estamos confiando no Senhor o suficiente para tomarmos a nossa cruz, reconhecendo-O em todos os nossos caminhos e deixando-O afastar-nos do amor próprio para amá-lo de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a força, amando-nos uns aos outros tanto quanto nós já nos amamos a nós mesmos? Cada dia a mais que Deus nos permite viver é cheio de oportunidades para amá-lo ou para amar o "eu" em primeiro lugar. Qual vamos escolher? Como estamos falando: Estarmos vivendo tempos difíceis, e que precisamos urgentemente fazer mudanças, transformações em nosso modo de viver, buscar diariamente obter o caráter de Cristo em nossas vidas. Sinceramente! Falando sério. Se analisarmos nossa vida neste momento, será que não estamos dando mais ênfase às coisas deste mundo, amando mais a nós mesmos do que a Deus e ao nosso semelhante? Porque digo isso: Porque levamos muitas vezes mais a sério as coisas deste mundo do que a as coisas de Deus. Sabe! Levamos muito a sério a educação de nossos filhos, quem nunca ouviu: “Ah! Eu trabalho para dar um futuro melhor aos meus filhos, quero dar a eles o que não tive”. Eu mesmo já declarei esta frase. Queremos sempre dar o melhor aos nossos filhos, aos nossos amigos, parentes.

Levamos muito a sério nossa formação intelectual, levamos muito a sério nosso trabalho, elaborando estratégias e mais estratégias para alcançarmos sucesso e termos aquilo que almejamos, um bem estar social e uma vida estável, boa e segura. Levamos muito a sério nossas amizades, levamos muito a sério a Empresa pela qual trabalhamos, nos doando às vezes muito mais do que podemos. Não que isto seja errado ou pecado, não! É e se faz necessário, sermos zelosos, cuidadosos e responsáveis.

O que quero enfatizar é que quando se fala em levar o Reino de Deus a sério, aí complica, porque sempre deixamos Deus em segundo plano, às vezes só lembramos-nos de ler a Bíblia, meditar na Palavra, orar quando um problema muito sério bate à nossa porta. Sermos cristãos genuínos é fazer morrer o eu de dentro de nós é reconhecer a soberania de Deus sobre nossas vidas é amar mais a Deus e nosso semelhante do que a nós mesmos, foi isto que Cristo fez, se entregou, morreu por mim e por você, demonstrando aí o maior ato de amor a Deus e a seu próximo, não amando a si mesmo, mas dando a sua própria vida por amor a todos para nos resgatar da perdição eterna e nos dar vida eterna como diz (Rm 6:22-23) “Mas, agora, libertos do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus éa vida eterna, por Cristo Jesus, Nosso Senhor”. Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.

Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?" (Lc 9:23-25). Deus abençoe a sua vida. Amém!  

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